Mude de perspectiva, quando sente que está preso no seu próprio caminho

13-08-2021

Imagem by Sílvia Ferreira - Photography


Sabia que, por vezes, o nosso pensamento traz consigo uma ilusão percetiva, tal como acontece com frequência com as nossas sensações físicas?

Pense no exemplo em que um seu amigo, quase nem para si falou durante o tempo que estiveram juntos, mantendo a cabeça baixa e sem expressão. Mediante o seu mau humor, você pode logo interpretar que o seu amigo estava chateado consigo e o estava a ignorar. Por sua vez, se estiver num "dia bom" em que se encontra bem-humorado, a sua interpretação pode revelar-se bem diferente. Pode interagir com o seu amigo e até mesmo perguntar-lhe se necessita de ajudar e dar algum apoio. Observe como uma mesma situação, poderá ter interpretações bastante diferentes e, consequentemente, desencadear reações distintas. É importante entender que nada mudou no comportamento do seu amigo nos dois exemplos dados. O que se alterou, foi a forma como você percecionou e interpretou a situação.

O certo é que podemos experimentar uma mesma situação de maneiras muito distintas, dependendo da nossa perceção e da história/narrativa que contamos a nós próprios sobre essa situação. Por sua vez, tudo isso terá impacto nas nossas emoções e na forma como reagimos. Deixo-lhe algumas dicas para o ajudar a ser mais feliz.

A nossa perceção e os nossos pensamentos não são realidades absolutas

É crucial reconhecermos que as nossas perceções não são verdades fixas e absolutas. Na verdade, elas podem ser vistas sob várias lentes interpretativas. Permita que a flexibilidade entre na sua vida.

Escolha onde gostaria de descansar a sua mente

Procure concentrar-se naquilo que é mais adaptativo para si e lhe permite experienciar emoções mais agradáveis. Por exemplo, permita-se empregar algum do seu tempo a desfrutar de um lugar imaginário, que se revele seguro e fortalecedor para si. Deixe a sua mente vaguear por lá, explorando aprofundadamente os seus sentidos.

Observe o que diz a si próprio

Analise o que diz a si próprio numa determinada situação. Como está de facto a interpretar a situação? Qual a história/narrativa que está a contar a si mesmo? Pode considerar isso uma verdade absoluta?! Observe também toda a sua parte emocional. O que acontece ao seu corpo? Como está a reagir a isso? Tome notas num bloco e analise com um olhar atento.

Pratique um olhar atento e curioso

É importante que faça esta exploração com a máxima abertura e curiosidade, não permitindo a entrada de juízos de valor. Os juízos de valor limitarão as suas explorações e aprendizagens.

Acolha e aceite

Reconheça os sentimentos e emoções que está a sentir no momento (e.g. se está com raiva, se está chateado), e aceite-os porque são importantes e fazem parte do momento que está a viver. Acolha-os sempre e não finja algo que não está a sentir.

Mude a lente de onde está a olhar

Procure mudar o foco da sua atenção e, observe o que acontece ao seu corpo e à sua mente enquanto o faz. Não significa que esteja a fingir algo que não está a acontecer ou a afastar sentimentos ou emoções, mas sim, a convidar-se a algo novo, a algo além do que já pode lá estar, procurando perceber o que acontece enquanto mantém a sua atenção por lá. Permita-se abrir horizontes.

Explore diversas alternativas

Analise se podem existir outras maneiras ou alternativas de encarar ou interpretar a situação. Procure ver as situações de vários ângulos e perspetivas, não se limitando apenas ao que vê num primeiro momento. Permita-se explorar sob um olhar atento, de forma a selecionar a perspetiva que que lhe pareça mais útil ou adequada ao desafio em questão.

By Tânia Daniela Carvalho